terça-feira, 3 de setembro de 2013

FOTOS POST MORTEM - UM ESTRANHO COSTUME DE TIRAR FOTOS DOS MORTOS


A morte é uma realidade e a única certeza que existe para quem está vivo, só não tendo uma data para o seu acontecimento.
Esse assunto é muito polêmico em várias culturas pelo mundo, sendo até um "Tabú" em determinados lugares, gerando muitas vezes, medo, pavor, folclore e até devoção, como no caso do México onde a morte é uma Santa, conhecida como "Santa Morte".

Mas no século XIX, um costume mórbido e curioso se espalhou por diversas partes do mundo: foram as fotos "Post Mortem".

"Post Mortem" vem do Latim, significando "Pós Morte", ou após a morte.

As fotos "Post Mortem" aparentemente tiveram origem na Inglaterra, quando a Rainha Victoria pediu que fotografassem um cadáver de uma pessoa conhecida, ou um parente, para que ela guardasse como recordação.
A partir desse momento, o "costume" lentamente se espalhou por diversas partes do mundo, sendo que várias familias passaram a fazer amesma coisa, guardando para si uma mórbida recordação do ente querido que havia partido.
Até os dias de hoje, por mais estranho que se possa parecer, em alguns lugares ainda se tem esse costume.
Durante o século XIX, o ato de fotografar os falecidos era bem mais comum, parecendo nos dias de hoje algo "mórbido" e sem sentido, mas naquele tempo se tornou um costume natural.

Criar álbuns com fotos dos familiaares e amigos mortos, era uma espécie de negação da morte, ao mesmo tempo que as fotografias tornavam-se recordações guardadas pela família para se lembrar daqueles que se foram.
Além disso, observa-se que "fotografias" naquela época era um grande luxo, devido ao elevado preço para produzi-las e também devido à pouca quantidade de câmeras fotográficas e profissionais disponíveis.
A fotografia "Post Mortem" em si era algo bem caro, e funcionava como última homenagem aos falecidos.
No ato de fotografar a pessoa que morreu à pouco tempo, estando o corpo em estado "fresco", eram criados verdadeiros cenários elaborados com composições muitas vezes complexas de estúdio para fazer os álbuns dos mortos, e assim tornar a morte menos dolorosa.

Em outros casos, após algum tempo do falecimento da pessoa, e ocorrido o "rigor mortis", era necessário inventar situações complicadas para a foto ficar natural, envolvendo a instalação de calços sob cadeiras e inclinar a câmera fotográfica para que a cena se ajustasse a posição fixa do cadáver.
Para essas fotos o importante era fazer parecer que os falecidos estivessem dormindo ou em posições de pessoas "vivas".
Com isso, era comum fotos com grupos de mortos e também de pessoas vivas sentados fazendo poses com cadáveres.
Em algumas montagens, eram colocadas estacas de madeira por dentro da roupa dos cadáveres, ao mesmo tempo que eram maquiados e colocados em posições como se estivessem vivos, como: em pé ao lado de familiares, sentados com pernas cruzadas em sofás, lendo livros, abraçando um ente querido, ou outra pose que fosse normal para quem estivesse vivo.
Grande parte das fotos de bebês eram coloridas artificialmente para dar um tom de vida ao cadáver das crianças.

*Observa-se que fotos "Post Mortem" se diferem de fotos tiradas normalmente de cadáveres após acidentes ou decomposição, pois o intuíto das fotografias e a "arte" por trás das montagens tinham finalidades apenas sentimentais, e não de impressionismo, como tirada por repórteres ou curiosos.

[Obs.: Rigor Mortis = Rigor mortis é um sinal reconhecível de morte que é causado por uma mudança química nos músculos, causando aos membros do cadáver um endurecimento ("rigor") e impossibilidade de mexê-los ou manipulá-los.
Tipicamente o rigor acontece várias horas após a morte clínica e volta espontaneamente depois de dois dias, apesar do tempo de início e duração depender da temperatura ambiente.
Na média, presumindo-se temperatura amena, começa entre 3 e 4 horas post-mortem, com total efeito do rigor em aproximadamente 12 horas, e finalmente o relaxamento em aproximadamente 36 horas.
A causa bioquímica do rigor mortis é a hidrólise do ATP no tecido muscular, a fonte de energia química necessária para o movimento.
Moléculas de miosina derivados do ATP se tornam permanentemente aderentes aos filamentos e os músculos tornam-se rígidos.
A circulação sanguínea cessa, assim como o transporte do oxigênio e retirada dos produtos do metabolismo.
Os sistemas enzimáticos continuam funcionando após algum tempo da morte.
Assim, a glicólise continua de forma anaeróbica, gerando ácido láctico, que produz abaixamento do pH.
Neste momento, actina e miosina, unem-se formando actomiosina, que contrai fortemente o músculo.]

A seguir estão expostas algumas fotos "Post Mortem" originais tiradas em vários países, mostrando como eram feitos os retratos "tenebrosos" dos falecidos.
Observa-se que uma das fotos foi tirada no Brasil nos anos 1930, mostrando que o costume das fotos "Post Mortem" se espalharam pelo mundo na época:



Pai com criança Dormindo (ambos mortos).

Criança "morta" em pose como se estivesse dormindo.


Menino “dormindo”:
Pode ser notado o blush rosa que colocaram sobre a foto para dar aparência de vida ao morto.

Dentro do Caixão.


Você consegue dizer quem está morto no momento desta foto?
Não é o velho. É a menina no meio.

Criança morta colocada sobre uma cadeira, fazendo pose de como se estivesse viva.


Bebê morto em pose de como se estivesse dormindo.

Criancinhas mais jovens apareciam no colo de adultos vivos ou mortos ou ainda em fotos de estúdio. Como esta.


Fotos de crianças em caixões era muito comum na época.

Familia posando ao lado da falecida, em pose de como se estivesse dormindo no chão. Observa-se que haviam alguns petiscos na mesa ao lado.


Pode-se notar a apreensão da garotinha, a qual estava posando ao lado do irmão morto, e que estava abraçando seu ombro como se estivesse vivo.



Nesta foto, todas as moças que aparecem estavam mortas.
A que está abaixada "olhando" para trás, estava com o rosto disfigurado.


Esta foto "Post Mortem" foi tirada na Vila de São João Velho, ao lado do município de São João Novo - S.P. - Brasil.
A data é dos anos 1930, com comentários dizendo:
(Julieta Bosco e Idalina Tozzi em um enterro).

Por incrível que pareça, esta jovem está morta, estando seu corpo apoiado por madeiras por trás de suas roupas, permitindo uma pose praticamente natural.


Garotinha morta "posando" como se estivesse dormindo

Garotinha morta, "posando" com suas bonecas favoritas.
Tentativa de representar a realidade do dia a dia.


Por incrível que pareça, quem está morta é a moça em pé.
A sentada está viva. Este é um exemplo clássico da arte fotográfica "Post Mortem" que era utilizada na época.

Criança em Caixão (Outro exemplo)


Na Inglaterra do século XIX a Rainha Victoria pediu ao fotógrafo da Família Real que registrasse a imagem de parentes em momentos após a morte, para que pudesse guardar como lembrança. Em seguida, a prática tornou-se rotineira, virando uma tradição das famílias nobres guardar essas mórbidas recordações.

Se compararmos aos dias atuais, julgaremos a tal prática algo estranhamente macabro, no entanto, para quem viveu nessa época, fotografar pessoas em seu leito de morte fazia parte de uma tradição, considerada completamente normal e natural.
Alguns “truques” eram utilizados para que o cadáver ficasse o mais “vivo” possível ou transmitir a ideia de que só estivesse repousando.

Estas fotografias, quando observadas hoje em dia, podem causar espanto em qualquer um que olhe, pois mesmo sabendo que pertenceram a uma cultura inusitada, temos a vaga impressão de que algo muito assombroso nos observa.




















Agora, após conhecer este intrigante e assustador costume, o qual existe em alguns locais do mundo até os dias de hoje, pergunta-se:

"Quem de vocês teria coragem de posar em uma foto "Post Mortem", ao lado de um falecido, como nos exemplos acima?





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